Apresentamos os 20 finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura
2012 nas categorias “Melhor Livro do Ano” e “Melhor Livro do Ano -
Autor Estreante”. Nesta edição, concorreram 209 livros, escritos
originalmente em língua portuguesa e editados pela primeira vez no Brasil. Os
dois vencedores serão anunciados nos próximos meses e cada um ganhará R$ 200
mil, o maior valor pago em concurso a escritores brasileiros. O prêmio é
promovido pelo Governo do Estado de São Paulo. A primeira edição do prêmio,
em 2008, foi vencida por Cristóvão Tezza, que naquele ano ganhou os
principais prêmios literários do país por “O Filho Eterno”. O prêmio de melhor
livro de autor estreante foi dado a Tatiana Salém Levy, que concorreu
com “A Chave da Casa”.
Em 2009, ganharam Ronaldo Correia de Brito, com “Galiléia”, e Altair
Martins, com “A
Parede No Escuro” (estreante). Raimundo Carrero foi o
autor do melhor livro de 2010 – “A
Minha Alma é Irmã de Deus”. Ao seu lado, o estreante Edney
Silvestre e o romance “Se
Eu Fechar Os Olhos Agora”. O escritor e tradutor Rubens
Figueiredo ganhou a última edição com seu livro “Passageiro do Fim do Dia”,
vencedor do também prestigiado Prêmio Portugal Telecom de Literatura. O
editor Marcelo Ferroni foi o autor estreante do ano com “Método Prático de Guerrilha”.
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1.- Brum,
Eliane
Uma duas .
São
Paulo : Leya, 2011. -- 175 p. ; 21x14 cm.
<Em
seu romance de estreia, a autora mergulha num novo, mas não menos delicado
desafio: transformar em palavra a intrincada relação entre mãe e filha. De
que material são feitos os laços que as amarram? Como é tecida a trama de
ódio e afeto entre duas mulheres unidas pela carne? Uma duas é um retrato
expressionista tão dramático quanto nauseante que foge de clichês e
eufemismos que costumam cercar o tema. Dotada de um humanismo em sua
escrita, a autora entrelaça os narradores do mesmo modo que o acaso
embaralha integrantes de uma família numa teia de subjetividades. A autora
também publicou "A vida que ninguem vê" (2006), obra vencedora do
Prêmio Jabuti 2007 na categoria Livro Reportagem.>
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2.- Fuentes,
Susana
Luzia .
Rio
de Janeiro : 7 Letras, 2011. -- 155 p. ; 21x14 cm.
<Um
papel importante espera Luzia nos palcos da vida. Riscando histórias no seu
caderno e arriscando-se nos palcos, ela percebe que, em vez de viver
assombrada, deve ser mais rápida que seus próprios medos. Ao realizar
testes para um filme, Luzia se lança no mar aberto da vida - nos braços de
Joaquim Marino redescobre o próprio corpo, nas ruas de Esperanza encontra
novas recordações para reescrever seu passado. O livro permeia o universo
em que menina e mulher se fundem num passado e presente que se querem novos,
num novo futuro. Entre ler, escrever, atuar e viver, a personagem embarca
numa viagem íntima que a levará a reinventar a sua inocência ferida na
infância e a redescobrir sua força.>
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3.- Fuks,
Julián
Procura do romance .
Rio
de Janeiro : Record, 2011. -- 142 p. ; 21x14 cm.
<Existe
uma história, se toda metáfora e toda memória são insatisfatórias?,
pergunta-se este romance. Ao escrever, Julián Fuks aplica-se no combate
entre a consciência extrema da narração, comandada pela desconfiança de que
toda palavra é um desvio das ocorrências, e a força das lembranças, que
Sebastián está convocando e revivendo, em sua viagem de volta à infância, a
Buenos Aires.>
<FICTION> <BRAZILIAN AUTHORS>
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4.- Hidalgo,
Luciana
O passeador .
Rio
de Janeiro : Rocco, 2011. -- 192 p. ; 21x14 cm.
<Neste
livro a autora revisita um período importante da história da cidade do Rio
de Janeiro, a reforma urbana empreendida pelo prefeito Pereira Passos no
início do século XX, a partir do ponto de vista de um de seus maiores
observadores: o escritor Lima Barreto. Em meio a uma trama costurada à
perfeição e uma minuciosa pesquisa histórica, a autora reflete sobre o
fazer literário de seu protagonista e revela as contradições da belle
époque carioca apontadas por ele. A autora desfila por meio de seu romance,
um senso crítico sobre a completa transformação da sua cidade, que atropela
as moradias dos pobres para erguer uma "Paris das Américas",
asséptica aos moldes da reforma Haussmann na capital francesa. A autora já
venceu o Prêmio Jabuti 2009 na categoria Teoria/Crítica Literária com a
obra "Literatura da urgência – Lima Barreto no domínio da
loucura" (2008).>
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5.- Kucinski, Bernardo,
1937-
K. .
São
Paulo : Expressão Popular, 2011. -- 177 p. ; 21x14 cm.
<Em
1974, durante a Ditadura Militar, um jovem casal desaparece sem deixar o
menor sinal. Após buscas incansáveis e muito sofrimento, descobre-se que
eles eram militantes da resistência e tinham sido sequestrados, torturados
e assassinados. O senhor K., o protagonista, fica dilacerado em seu amor
paterno e sente-se culpado por não ter percebido o que acontecia com a
filha, justo ele que também fora um resistente judeu na Polônia.>
<FICTION> <BRAZILIAN AUTHORS>
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6.- Lancellotti,
Sílvio
Em nome do pai dos
burros .
São
Paulo : Global Editora e Distribuidora Ltda., 2011. -- 470 p. ; 23x16 cm.
-- (Estante romances)
<A
obra se desenrola no dia 13 de outubro de 1977 - marcado, na História do
Brasil, por dois episódios marcantes - a queda do general Sylvio Frota,
ministro do Exército do Governo Ernesto Geisel e um dos baluartes da
chamada 'linha dura' que remanescia do golpe militar de 1964; e o primeiro
título paulista do Corinthians depois de quase 23 anos de abstinência. A
obra acompanha assim a jornada de Marcello Brancaleone, um jovem editor,
adversário do golpe e torcedor do Corinthians, alinhando-se a esses dois eventos.>
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7.- ## Laub,
Michel, -1973
Diário da queda .
São
Paulo : Companhia das Letras, 2011. -- 151 p. ; 21x14 cm.
<Um
garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando adulto,
um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do que se
revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em diversos
fatos de sua vida nas décadas seguintes - a adolescência conturbada, uma
mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói uma reflexão sobre
identidade, afeto e perda. Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias
de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô,
sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e
bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças
que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos
carregam em si tanto inocência quanto brutalidade. O autor também publicou
"O gato diz adeus" (2006).>
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8.- Levy,
Tatiana Salem
Dois rios .
Rio
de Janeiro : Record, 2011. -- 220 p. ; 21x14 cm.
<Nas
areias da praia de Copacabana, uma francesa de cabelos revoltos e andar
desengonçado se aproxima de Joana e altera o curso dos seus dias. No metrô
de Paris, Antônio é arrebatado pela imagem da jovem francesa de cabelos
cheios que arrasta uma mala pesada vagão adentro. Essa mulher, Marie-Ange,
cruza os caminhos de Joana e Antônio, irmãos gêmeos que dividem uma perda
do passado e um segredo contido nas ondas da Ilha Grande. A mesma dúvida os
assombra quando a veem partindo num barco, envolta na neblina noturna do
mar da Córsega. Ela voltará?.>
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9.- Lopes,
Chico, 1952-
O estranho no
corredor .
São
Paulo : Editora 34, 2011. -- 126 p. ; 21x12 cm.
<Na
obra, um homem solitário, com aspirações a escritor, leva uma vida
discreta, sobrevivendo precariamente como professor numa escolinha de
inglês, gastando o tempo ora com o diário onde anota memórias de infância,
ora com um círculo de conhecidos. A esse quadro - estático apenas na
aparência, pois que dotado de enorme tensão interior - vem se somar a
aparição misteriosa de uma figura masculina ameaçadora, que se põe a
perseguir o protagonista por todos os cantos, acelerando o tempo da
narrativa com seus passos de uma musicalidade escura.>
<FICTION> <BRAZILIAN AUTHORS>
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10.- Lunardi,
Adriana
A vendedora de
fósforos .
Rio
de Janeiro : Rocco, 2011. -- 188 p. ; 21x14 cm.
<Uma
mulher aproveita a folga de fevereiro para pôr em ordem a sua estante de
livros. No meio da arrumação, é surpreendida por um telefonema - a irmã
mais nova, que mora em outra cidade, foi internada após mais uma tentativa
de suicídio. Depois de anos de separação, a mais velha é obrigada a rever o
passado, angústias, segredos, recalques e escombros. Neste romance, a mais
velha - que não é identificada por um nome próprio - descreve sua viagem
rumo ao encontro daquela que foi hospitalizada. Uma segunda narrativa, à
guisa de 'memórias', ilumina os episódios vividos entre elas até a chegada
da vida adulta.>
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11.- Mariano,
Ana
Atado de ervas
2a.
ed. .-- Porto Alegre : L&PM, 2011. -- 396 p. ; 21x14 cm.
<Neste
romance, o pano de fundo é a vida campeira, do galpão de estância à sala de
jantar, tendo como pano de fundo episódios reais do Rio Grande do Sul e do
Brasil em meados do século XX. Figuras históricas como Getúlio Vargas e
João Goulart - tratados como estancieiros amigos da família - surgem nas
notícias de rádio, tempos de profundas mudanças no campo e na cidade. Em
sua obra, a autora busca construir a trama, em que as vidas de muitos se
somam para contar uma mesma história - como se vivia e morria em uma
estância de um passado não tão distante, colocando em foco os modos de vida
e o espírito da época.>
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12.- Monteiro
Filho, Edmar
Fita azul .
Florianópolis
: Babel, 2011. -- 100 p. ; 21x14 cm.
<Aqui
o tempo e a construção da memória são protagonistas desta história, contada
através de relatos de experiências de uma personagem feminina e suas
recordações, nas quais o limite entre a realidade e a imaginação é
relativizado. Para compor o enredo, o autor valeu-se de recordações
próprias aliadas a histórias de familiares e de conhecidos. No entanto, não
pretende ser um texto de memória, mas sobre a memória. O processo pelo qual
fatos e sentimento criam-se, transformam-se e desaparecem. O autor rejeita
a idéia que a realidade é o único modo de se enxergar o mundo. Ele abre mão
do que seja a versão definitiva dos acontecimentos, deixando a imaginação
do personagem trabalhar sorrateiramente.>
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13.- Montoro,
Suzana, 1957-
Os hungareses .
São
Paulo : Ofício das Palavras, 2011. -- 192 p. ; 19x13 cm.
<Existe
um fato alegórico que representa o romance, a mudança de nacionalidade da
aldeia. O não falar que este momento provoca permeia todo o relato. Os
personagens narram suas relações, porém a interação deles é pobre como a
linguagem que perderam. O tom descritivo do presente livro é a adequação
entre forma e conteúdo. A autora traz a saga de um povo sofrido, pobre, sem
recursos, em meio a guerras, mortes, separações, doenças, mas que mantém
sempre uma alegria e uma maneira de encarar a vida, mesclando força para
lutar contra as adversidades e ao mesmo tempo serena aceitação do
inevitável. A autora também publicou "Em busca da sombra"
(1999).>
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14.- Pellegrini,
Domingos, 1949-
Herança de Maria :
romance .
São
Paulo : Leya, 2011. -- 413 p. ; 21x14 cm.
<Quem
é a mulher que, para proteger o filho, é capaz de enfrentar a ditadura, estalando
tapa em soldado boca-suja? Não, ele não tinha uma mãe comum. A obra conta a
história de uma mulher simples capaz de operar verdadeiros 'milagres' na
vida daqueles que a conhecem e que agora padece em uma cama de
hospital.>
<FICTION> <BRAZILIAN AUTHORS>
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15.- Pólvora,
Hélio, 1928-
Don Solidon .
São
Paulo : Casarão do Verbo, 2011. -- 280 p. ; 21x14 cm.
<Ninguém
persegue João Pedro. Se a vida não lhe sorri, também não o condena. Então,
por que tantas andanças a esmo, tanta inquietude na casa paterna, ou no Rio
de Janeiro, em Londres e Copenhague? Um bicho, talvez a ave de rapina
kafkiana, entrou nele pela boca e lhe despedaça as entranhas. João Pedro,
presente ou perdido no labirinto de suas introspecções, puxa os fios da
vida do pai, da mãe, da tia, de outras pessoas da família - gente que
egressa dos estertores patriarcais e que pode entrar em choque com a
modernidade. Aos poucos a família se desagrega, vem a desabar qual velha
casa solarenga. A absorção de conflitos novos podera lhe ser fatal. Este
romance é revestido por um fino tecido de intertextualidades. Deve ser um
romance policial com o mistério guardado até o desfecho. O autor também
publicou "Inúteis luas obscenas" (2010).>
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16.- ##
Ruffato, Luiz, 1961-
Inferno provisório
Vol. 5: Domingos sem Deus.
Rio
de Janeiro : Record, 2011. -- 106 p. ; 21x14 cm.
<A
obra é o quinto volume de Inferno Provisório, cartografia do proletário e
da (sobre)vida que leva. Em forma de denúncia literária o autor apresenta a
vida dos invisíveis, dos desgraçados, dos desterrados e dos esquecidos.>
<FICTION> <BRAZILIAN AUTHORS>
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17.- Scott,
Paulo
Habitante irreal .
Rio
de Janeiro : Objetiva, 2011. -- 262 p. ; 23x15 cm. -- (Alfaguara)
<Após
ter vivido a euforia e as promessas da abertura política no Brasil, Paulo
encontra-se desiludido com os rumos que seu partido, um partido de
esquerda, começa a tomar. Estagiário em um escritório de advocacia. Certo
dia, voltando de um encontro político clandestino no interior do estado,
Paulo se depara com uma indiazinha de 14 anos, com jornais e revistas
apertados contra o corpo, parada na estrada sob uma forte chuva. A partir
deste encontro, Paulo descobre, ou inventa para si, uma nova causa, um novo
espaço para transgredir, sobretudo ao tomar conhecimento do que é de fato a
vida da menina, Maína, condenada a viver com a família em um assentamento à
beira da estrada, quase em estado de mendicância. O envolvimento de Paulo
com os índios leva-o a estreitar os laços com a menina, de uma maneira
profunda, o que acaba gerando uma grande transformação em ambos.>
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18.- Vilela,
Luiz, 1942-
Perdição : romance.
Rio
de Janeiro : Record, 2011. -- 398 p. ; 21x14 cm.
<O
jovem pescador Leonardo, convencido a se tornar um pastor, parte para a
capital para exercer sua função e acaba obtendo muito dinheiro com a
exploração da fé alheia. Ao começar a enfrentar dificuldades, volta à sua
cidade natal, onde vai experimentar a decadência moral e física.>
<FICTION> <BRAZILIAN AUTHORS>
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19.- Bagno,
Marcos
As memórias de
Eugênia.
S.l.
: Positivo, 2011. -- 88 p. ; 23x15 cm. -- (Metamorfose)
<A
protagonista e narradora desta história relaciona-se com o mundo e as
pessoas de uma forma bem particular - Eugênia é uma árvore que presencia o
surgimento e o crescimento da cidade onde vive e sofre as consequências do
progresso. O autor também publicou "A língua de Eulália"
(2008).>
<YOUNG-ADULT LITERATURE> <BRAZILIAN AUTHORS>
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20.- Queirós,
Bartolomeu Campos de, 1944-
Vermelho amargo .
São
Paulo : Cosac y Naify, 2011. -- 69 p. ; 21x12 cm.
<Este
livro revela uma face diferente do autor. Um narrador em primeira pessoa
revisita a dolorosa infância, marcada pela ausência da mãe substituída por
uma madrasta indiferente. Vê-se os irmãos, filhos de um pai que não larga o
álcool e de uma madrasta que serve em todas as refeições fatias cada vez
mais finas de tomate, desenvolverem diversas anomalias para tentar suprir a
ausência de afeto e a saudade da mãe. Neste depoimento de inspiração
autobiográfica, a prosa poética de Bartolomeu é dolorosa e ao mesmo tempo,
estética. O autor membro da Academia MIneira de Letras, recebeu os mais
significativos prêmios brasileiros e internacionais, pela excelência do seu
trabalho literário: Jabuti, Associação Paulista dos Críticos de Arte,
Academia Brasileira de Letras, Ibero-Americano México, Nestlé de
Literatura, Bienal de São Paulo, Selo de Ouro da Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil.>
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