Apresentamos
livros lançados e destacados da Feira do Livro de Porto Alegre Número 2,
realizada entre os dias 26 de Outubro e 11 Novembro do ano de 2012,
organizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro. A Feira é uma das mais antigas
do Brasil, é considerada a maior do gênero a céu aberto da América Latina. Possui
espaços destinados aos expositores e à promoção de atividades artísticas e
culturais em torno do livro e da leitura.
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1.-
Guimaraens, Rafael
Mercado público : palácio do povo = Public market : the
people's palace.
1a. ed. -- Porto
Alegre : Libretos, 2012. – 167 p. ; il. ; 29x29 cm.
Rumo aos 150 anos, o Mercado
Público de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, exibe vitalidade. Ao
seu redor, a paisagem mudou, a cidade cresceu, novas tecnologias
transformaram as relações econômicas e sociais, novos hábitos se
incorporaram ao cotidiano da cidade. Mas o Mercado continua presente na
vida de milhões de cidadãos, como espaço de abastecimento, convívio e
cidadania. Através de textos, fotografias e ilustrações, o Mercado Público
é aqui apresentado, nos seus mais variados aspectos: seu povo e clientela,
os costumes, fatos e tragédias que marcaram o local, sua arquitetura e seus
comerciantes, dentre diversos outros. Edição bilíngue: português-inglês.
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2.-
Santos, Klécio
Sete de Abril : o teatro do imperador.
1a. ed. -- Porto
Alegre : Libretos, 2012. – 191 p.
Primeiro teatro construído no
Rio Grande do Sul, o Sete de Abril foi idealizado e financiado pela
Sociedade Scenica Theatro Sete de Abril. O nome vem da data em que o
imperador Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho,
Pedro II. Com o projeto de autoria do engenheiro alemão Eduard Van
Kertchmar, o Sete de Abril teve suas obras iniciadas em 1931 e concluídas
em 1934, embora tenha sido inaugurado no final do ano anterior. Ao longo de
sua história já serviu de alojamento de soldados durante a Guerra dos
Farrapos, foi sala de cinema por décadas, recebeu companhias europeias de
teatro, mas atualmente encontra-se com as portas fechadas. As principais
histórias ocorridas nos quase 180 anos de existência do Theatro Sete de
Abril são recontadas em detalhes nesta obra, amplamente ilustrada com
fotografias e recortes da época.
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3.-
Souza, Blau Fabrício de, 1940-
Pela palavra empenhada : a Revolução de 1932.
1a. ed. -- Porto
Alegre : AGE, 2012. – 184 p. ; il. ; 23x16 cm.
Muito diferentes são as
versões sobre a Revolução Constitucionalista de 1932, movimento armado que
tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a
promulgação de uma nova constituição para o Brasil. Vão desde uma ode aos
democratas que se opunham às ditaduras e que cedo anteviam o exagerado
gosto pelo poder em Getúlio Vargas, até os que enxergavam no movimento uma
motivação reacionária de interesses econômicos contrariados pela Revolução
de 1930 e tudo o que ela representou para o Brasil Moderno. Neste livro, os
autores recolheram os depoimentos ainda encontráveis em reminiscências e
biografias, e montaram quadro inédito de uma crônica da rebelião de 1932
ocorrida no Rio Grande do Sul. A obra mostra as nítidas demonstrações de descontentamento
dos gaúchos com o conterrâneo Vargas, abordando principalmente a concepção
do povo do Sul sobre um dos mais importantes acontecimentos políticos
brasileiros do século XX.
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4.-
Tedesco, João Carlos
Entre raízes e rotas : identidades e culturas em movimento :
aspectos da imigração brasileira na Itália.
1a. ed. -- Itajaí
: Universidade do Vale do Itajaí. UNIVALI, 2012. -- 399 p. ; il. ; 21x14
cm. ( Memória & cultura )
Neste livro o autor discorre
sobre o processo imigratório de brasileiros para a Itália. A realidade
migratória brasileira no país europeu revela aqui horizontes culturais,
históricos e territoriais de longa data; e é impossível entendê-la sem
entender todo um processo ocorrido de mobilidade, movida por um sonho um
desejo de "mudar de vida" e de emigrar. Mas para isso
pressupõem-se valores, como tolerância, alteridade, reconhecimento e
respeitabilidade; realidade essa que é ainda um dos grandes imperativos da
sociedade contemporânea e que a experiência migratória expressa, exacerba e
desafia. Neste sentido, há vínculos, redes informais e institucionais,
irmandades culturais, canais que viabilizam migrações tuteladas, anéis que
ligam culturas distanciadas temporalmente, mas identificadas com origens
comuns. O presente livro adentra para essa realidade de tempos que se
cruzam e que revelam um tecido social complexo num "mundo em
movimento".
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5.-
Zarth, Paulo Afonso coordinador
História do campesinato na fronteira sul.
1a. ed. -- Chapecó
: Universidade Federal da Fronteira Sul. UFFS, 2012. - 319 p. ; il. ; 23x16
cm.
Os textos deste livro fazem
parte de uma pesquisa sobre o campesinato e os povos indígenas da fronteira
Sul do Brasil, espaço compreendido pela Mesorregião Grande Fronteira do
Mercosul que abrange o norte do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa
Catarina e o sudoeste do Paraná. A seleção de artigos tomou por base as
novas abordagens e os novos temas historiográficos investigados por
diversos pesquisadores da região, numa perspectiva crítica à tradição
centrada na ideia de progresso e da colonização europeia como centralidade.
A história do mundo rural do sul revelada nas pesquisas mostram as
estreitas conexões entre povos indígenas, colonos de origem europeia e
povos de origem africana. Os movimentos sociais do campo da atualidade
tendem a unir os camponeses em torno de problemas comuns que atingem a
todos sem distinção de origem étnica e cultural.
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6.-
Ferreira, Roberto Schaan
Por que os ponchos são negros.
1a. ed. -- Porto
Alegre : Editora da Cidade, 2012. -- 270 p. ; 21x14 cm. ( Prêmio Açorianos
de Criação Literária )
Este livro vencedor do Prêmio
Açorianos de Criação Literária 2011 a categoria Narrativa Longa, narra as
memórias de um protagonista anônimo durante a ditadura militar no Rio
Grande do Sul. Na tangente de um grupo "subversivo", acaba sendo
tomado por revolucionário e tendo de fugir para o interior do Estado para
escapar da opressão. Na trama, entre relato histórico de um período
violento da história do Brasil e o resgate poético de uma juventude
conturbada, há a impossibilidade de um romance e o trauma de um abandono
forçado da própria identidade. Esta é a primeira obra do autor, formado em
Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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7.-
Dacanal, José Hildebrando
A Capela de Três Vendas de Catuípe : ensaios sobre a
sociedade colonial-imigrante clássica.
1a. ed. -- Porto
Alegre : Soles, 2011. – 237 p. ; il. ; 23x16 cm.
A história da imigração
italiana no Rio Grande do Sul se encontra registrada em um extenso acervo
de obras produzidas no século XX, particularmente a partir de 1970, quando
a chamada sociedade colonial-imigrante clássica desapareceu
intempestivamente,insumida no avassalador processo de industrialização e
homogeneização do país. Os textos aqui reunidos, alguns dos quais temática
e estilisticamente impactantes, abordam a história da sociedade
colonial-imigrante clássica no estado sul-rio-grandense, a partir de vários
ângulos e de vários aspectos, que vão desde sua formação a seu
desaparecimento, tendo como foco central uma comunidade na região noroeste
do estado: a Capela de Três Vendas de Catuípe, terra natal do autor.
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8.-
Remédios, Maria Luíza Ritzel coordinador
Transversais da memória : história e identidade na
literatura portuguesa.
1a. ed. -- Santa
Maria : Universidade Federal de Santa Maria. UFSM, 2012. -- 351 p. ; 23x16
cm.
O livro centra-se na leitura
analítica de diversos autores considerados como vozes mais representativas
da literatura portuguesa. Do final do século XIX, Camilo Pessanha e Eça de
Queirós; do século XX até os dias atuais, Carlos de Oliveira, Alves Redol, Augusto
Abelaira, António Lobo Antunes, Helder Macedo e Inês Pedrosa são lidos
criticamente e avaliados por pesquisadores e professores brasileiros de
Literatura Portuguesa. Daí o interesse que o livro suscita: as várias
perspectivas evidenciam a nova escrita do "ser português", e as
rupturas sociais, políticas e históricas dão a conhecer, desde aí, novas
concepções de cultura. Destaque para os textos "Sensoriedade,
dialética e liminaridade na política de Alberto Caeiro" e "Os
bastidores revelados (as mulheres e as narrativas históricas)".
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9.-
Saggiorato, Alexandre
Anos de chumbo: rock e repressão durante o AI-5.
1a. ed. -- Passo
Fundo : Universidade de Passo Fundo. UPF, 2012. -- 184 p. ; il. ; 21x14 cm.
( Memória & cultura )
Aborda o papel significativo
do rock and roll não só nos Estados Unidos, mas também em diversos lugares
do mundo, inclusive no Brasil, desde a década de 1950. Sua linguagem e
contextualização sofreram diversas transformações ao longo dos anos, assim
como outras formas de arte. O rock descreveu sociedades e contestou atos
políticos, porém, no Brasil, entre a explosão da Jovem Guarda nos anos de
1960 e o rock nacional em 1980, há um capítulo importante e pouco
documentado. É com esse olhar que o livro apresenta um estudo sobre o rock
brasileiro dos anos 1970, produzido na ditadura militar (1964-1985), no
período de maior repressão causado pelo Ato Institucional nº5. Uma
manifestação artística libertária e pacífica não poderia coexistir de forma
harmônica com o regime autoritário. Assim, a juventude procurou por meio do
rock seu próprio caminho em direção à felicidade, rompendo com os ideais de
quem queria impor repressão e censura no país.
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10.-
Machado, Ironita Policarpo
Entre justiça e lucro : Rio Grande do Sul, 1890-1930.
1a. ed. -- Passo
Fundo : Universidade de Passo Fundo. UPF, 2012. – 336 p. ; il. ; 21x14 cm.
Esta obra busca demonstrar
primeiramente, que o poder judiciário do Rio Grande do Sul era adepto de
uma concepção de racionalidade capitalista. Para isto o autor aborda a
colonização a partir do papel desse poder, articulado com o poder econômico
e político dos grupos dominantes. Trata do papel do judiciário na
constituição do estado na transição entre império e a primeira república
sul-rio-grandense contextualizado em nível nacional. Acompanhando a leitura
de peças jurídicas, a pesquisa contextualizou historicamente cada demanda e
referiu detalhadamente a legislação agrária vigente, compondo o cenário no
qual se desenrolaram os pleitos. A análise das fontes definiu o lugar dos
sujeitos históricos e desvelou as relações de poder do período: homens de
palha, os "rudes colonos incapazes de compreender as normas do
direito" versus os homens de notabilidade, os bacharéis, legisladores,
ou seja, os capitalistas.
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11.-
Quadros, Ezeula Lima de
A defesa do modo de ser guarani : o caso de Caaró e Pirapó,
em 1628.
1a. ed. -- Porto
Alegre : Edigal, 2012. – 176 p. ; il. ; 21x14 cm.
Neste livro, com base em
documentação história, estão os embasamentos que sustentam a premissa que
os índios Guarani, ao promoverem a morte dos jesuítas Roque Gonzáles de
Santa Cruz, Afonso Rodriguez e João Del Castilho,estavam defendendo o seu
modo de ser - de viverem segundo suas crenças e costumes, preservando sua
identidade cultural -, e que, portanto a morte dos padres foi a culminância
de um processo de reação à uma imposição da evangelização e do
reducionismo. O motivo inicial para a elaboração da obra, foi buscar a
veneração popular aos jesuítas, considerados mártires e hoje Santos da
Igreja Católica, já que muitos autores, geralmente os jesuítas, abordam a
morte dos três religiosos apenas como assassinatos e massacres numa visão
parcial, que desconsidera as circunstâncias em que ocorreram as mortes.
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12.-
Carbonera, Ildo
Imigração italiana : da Cuccagna ao Google Earth.
1a. ed. -- Porto
Alegre : Suliani Letra & Vida, 2012. – 200 p.
O presente estudo é resultado
de pesquisa realizado na UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do
Paraná) entre 2009 e 2001, em três etapas, representadas por três
trajetórias (da Itália para o Brasil, das comunidades do interior para o
mundo urbano, e do berço urbano para o Google Earth) e por três frases
substantivas (a Cuccagna no mundo italiano e a conquista da América, a
Cuccagna no mundo da descendência italiana rural e a conquista da cidade, e
a cuccagna no mundo de descendência italiana urbana e a conquista do mundo
através do Google Earth). Na primeira parte encontra-se o "homem"
diante da "terra prometida", e outras "utopias" e os
imigrantes italianos e seus descendentes diante das promessas de um mundo
de fortuna e fartura. Nas outras partes, já na cidade, os sonhos e as
esperanças dsa pessoas não vão muito além de conseguir um emprego e
procurar um local para viver, ganhar a vida ou prosperar através do estudo
e do trabalho.
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13.-
Paiva, Carlos Águedo, 1961-
A metamorfose inconclusa : transição capitalista e
construção do Estado burguês no Brasil : um estudo sobre a obra de
Florestan Fernandes.
1a. ed. -- Santa
Cruz do Sul : Univ. de Santa Cruz do Sul. UNISC, 2012. – 413 p. ; 21x14 cm.
O livro "A revolução
burguesa no Brasil" – reputada como a obra mais importante de
Florestan Fernandes (1920-1995) – é um clássico da sociologia brasileira e,
mais de 35 anos após seu lançamento continua a causar polêmicas, a inspirar
encontros, debates e análises. Em sua obra, Fernandes fazia uma provocação
já no título da obra, pois, para muitos, remetia a seguinte pergunta:
afinal, houve uma revolução burguesa no Brasil? Neste livro, o autor faz
uma análise detalhada e crítica da obra do intelectual. Ele afirma que a
análise de conjuntura que Florestan Fernandes fazia na época era muito
sofisticada e precisa, afirmando que ele colocou o trilema – subcaptalismo,
capitalismo avançado, ou socialismo – como alternativas históricas para o
desenvolvimento econômico do país. Mostra também que suas previsões – crescimento
econômico, agudização do conflito distributivo, criação de um grande
partido de esquerda – foram, em parte, cumpridas.
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