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Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938), nascido na cidade de Vila Bela, atual
Serra Talhada, no semi-árido do estado de Pernambuco. Sua família travava uma
disputa mortal com outras famílias locais até que seu pai foi morto em
confronto com a polícia em 1919. Virgulino jurou vingança e, ao fazê-lo, provou
ser um homem de atitudes violentas e rudes. Tornou-se um mito em termos de
disciplina. Seus métodos de comando eram certas vezes melhores ou idênticos aos
do Exercito Brasileiro (EB) - que até hoje guarda em sigilo os registros a respeito
das guerrilhas entre militares e o bando de Lampião. O bando chamava os
militares do PM de "Macacos". Lampião é conhecido como o Robin Hood
do sertão brasileiro, que roubava de fazendeiros, políticos e coronéis da época
do coronelismo brasileiro para dar aos pobres miseráveis, que passavam fome e
lutavam para sustentar famílias com inúmeros filhos.
A continuação apresentamos livros de Ricardo Guilherme Dicke
(1936-2008), destacado autor que escreveu “Deus de Caim”, nasceu na Chapada dos
Guimarães e, apesar da pouca notoriedade do grande público, era muito admirado
por figuras como a escritora Hilda Hilst, que o chamou de gigante e chegou a
compará-lo a Machado de Assis. Dicke alcançou reconhecimento internacional
quando sua obra “O Salário dos Poetas” foi descoberta pelos portugueses e
levado aos palcos de Lisboa em 2005. O romance trata de um ditador
latino-americano que encontra asilo político no Brasil e, já moribundo, decide
contratar um escritor para escrever um "grande livro" que eternize a
sua contribuição para a humanidade.
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1.- Albuquerque, Ricardo coordinador
ICONOGRAFIA
DO CANGAÇO.
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A história do cangaço brasileiro ganhou o imaginário popular como
poucos outros casos de revoltas populares na História do Brasil. Lampião, o
grande responsável por tirar o movimento do sertão profundo e levá-lo para
os jornais das grandes cidades, soube valer-se dessa grande invenção que se
popularizou no início do século XX: a fotografia. Acompanha um DVD que traz
imagens em movimento produzidas por Benjamin Abrahão, agora numa nova
montagem feita por Ricardo Albuquerque, que privilegia as cenas
tematicamente e foge à caricatura impressa ao filme Lampião: o rei do
cangaço, que reuniu em 1955 as imagens censuradas no final da década de
1930. Além de uma nova montagem, esta nova edição traz também
aproximadamente 5 minutos a mais, recuperados, em 2002, pela Cinemateca
Brasileira.
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2.- Nóbrega, João Bezerra da
LAMPIÃO
E O CANGAÇO NA PARAÍBA.
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Este livro realiza um minucioso estudo
histórico sobre o movimento popular conhecido como cangaço, e
particularmente sua história e atuação no estado da Paraíba. Tendo suas
raízes fincadas na desigualdade social e na pobreza no início do século XX,
comum em todo o nordeste brasileiro, o cangaço teve como expoente máximo,
Virgulino Ferreira da Silva (1898-1938), figura controversa que gera até os
dias atuais, opiniões antagônicas sobre sua vida e seu bando. Voltado para
a história paraibana, flora e fauna de seu solo, seus cangaceiros, cidades invadidas,
e conflitos, esta obra mostra o combate ao cangaço feito pela ótica de um
policial que na época enfrentou Virgulino e seu bando. A obra realiza desta
forma, uma análise sociológica do cangaço e da polícia paraibana,
enxergando no passado os dilemas, as agruras e os erros que são cometidos
no presente da história brasileira.
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3.- Bassetti, José Sabino ; megale, carlos césar de
miranda
LAMPIÃO : SUA MORTE PASSADA A LIMPO.
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A obra busca mostrar a verdadeira
história de Lampião, sua morte, os problemas relacionados aos seus
comandados cangaceiros e amigos ou negociantes coiteiros, assim como, as
incansáveis volantes que sempre o perseguiram desde início das ações
criminosas do seu bando até o massacre de Angicos que pôs fim de vez a era
do cangaço. Muito mistério sempre rondou a historia do Rei do cangaço e
continuará para sempre rondando, entretanto, a parcela de contribuição que
deixa essa obra, é sem sombra de dúvidas, das mais importantes, das mais
verdadeiras, das menos fantasiosas, enfim, um trabalho de pesquisa que
transmite uma leitura de suma importância para tirarmos muitas dúvidas
sobre a morte de Lampião e suas conseqüências.
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4.- Dicke, Ricardo Guilherme, 1936-2008
OS SEMELHANTES.
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Este romance inédito do autor,
gradativamente, puxa as linhas e emaranha em laços/nós, os destinos de
personagens densos, revelando subjetividades que se debatem na lama da
angústia, num contexto regional. A narrativa percorre os (des)caminhos que
povoam o mundo do garimpo de diamantes, girando em torno do distrito de
Guia, próximo de Cuiabá, Mato Grosso, onde a busca/perda da lendária
"pedra" mobiliza os conflitos.
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5.- Dicke, Ricardo Guilherme, 1936-2008
CERIMÔNIAS DO SERTÃO.
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Neste romance, Frutuoso Celidônio é um
professor de Filosofia demitido da universidade, descansando na casa de
parentes na Guia, Mato Grosso, e lá fica aprisionado pela cheia que
derrubou todas as pontes de acesso ao distrito. Ele ingere medicamentos
controlados para um problema mental, provavelmente esquizofrenia, fato que
possibilita a exploração de conflitos paralelos, onde mundos imaginários
povoados de figuras míticas se misturam ao contexto deste personagem. Além
do trabalho no plano formal da narrativa, questões filosóficas inquietantes
são formuladas sem, necessariamente, obterem respostas, por serem profundas
e constitutivas da condição humana. Esta é mais uma obra inédita de Dicke
produzida nos anos 1970.
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6.-
Dicke, Ricardo Guilherme, 1936-2008
O
VELHO MOÇO E OUTROS CONTOS.
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Reúne três narrativas inéditas de
Guilherme Dicke, produzidas meses antes de seu falecimento. Aparentemente,
ele as reuniu ao acaso, mas é provável que tenha preparado uma sutil e
potente intersecção de histórias em torno do eixo vida-morte, pressentindo,
de modo premonitório, a sua partida. Desde a ordinariedade de sentimentos
de um narrador velho e rabugento que vocifera contra a massificação do
gosto e a estupidez dos gestos em "A perseguição" – explorando um
raro senso de humor em sua obra (ainda que negro, pra não perder o espírito)
– até a mais funda inquisição sobre a transcendência, no limiar entre a
vida e a morte, em "A noite", passando pelo diálogo antitético
sobre juventude e velhice que o tempo obriga a instaurar, em "O Velho
Moço", tudo revela que o ser humano ainda se debate na questão
primordial: decifrar-se.
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7.-
Dicke, Ricardo Guilherme, 1936-2008
A
PROXIMIDADE DO MAR & A ILHA.
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Esta obra traz dois testos de Dicke:
"A Proximidade do Mar" narra a história de Catalina e Beldroaldo;
onde ambos queriam conhecer o mar. Ela satisfez seu desejo cedendo sua
virgindade; ele, por apego a um amontoado de metal já carcomido pelo tempo,
o Fusca, deixa de realizá-lo, pois se recusa a vendê-lo. Já em "A
ilha", apresenta um novo mundo, entrecortado por árvores frutíferas,
animais silvestres, um rio de águas cristalinas, e de novo o mar. Um homem
e duas mulheres, quase expostas. Como agir sendo sobreviventes em uma ilha
paradisíaca, ladeados por mulheres esculturais, largados numa caverna?
Beldroaldo e Miguel, dois personagens de histórias distintas, porém iguais
em seus infortúnios: dois perdedores.
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